19 de abril de 2015

Retratos

Já várias vezes falei aqui sobre fotografar gente e é comum dedicar posts inteiros a isso. Seja fotos de moda, de rua (stalker alert) ou outros, a vontade é sempre a mesma e o olho atento, mas se há objecto específico que me encha as medidas todinhas é retratos de gente que eu gosto - de noite especialmente. Gosto de fotografar as pessoas que estão comigo no café, quando vamos sair, à espera do comboio ou só porque sim. Quando conheço alguém olho para a possibilidade de as fotografar, de imediato, enquanto que há gente que acredita em amor à primeira vista, eu acredito em click à primeira vista  - que piroso inês, não tinhas melhor forma de dizer isso?Anyway, o post hoje é cheio de retratos, alguns já passaram por aqui, outros mais recentes.
A máquina, essa anda sempre comigo, a minha cachopa. Custa-me sair sem ela, prefiro andar carregada o dia todo, a noite toda, porque a sensação de ver as fotos no dia seguinte é como desembrulhar um presente que eu comprei e depois voltar a embrulhar e oferecer aos donos das fotos - afinal é dos dois e ver a reação deles é priceless. Já não tenho medo que as pessoas não gostem das fotos, não só tenho mais confiança no meu trabalho como já não fico a precisar 100% da avaliação deles. O outro lado disto é que fotografá-las acaba por ser uma forma de me aproximar delas e de mostrar que gosto delas, fazer com elas o que sei de melhor e deixarem-me fazer isso é devolver o presente.
Adoro fotografar as pessoas que gosto porque quero um bocado delas comigo, egoisticamente, pra mim, só. Quero aquele momento, aquele altura, aquele bocado de relação, ali comigo. Além disso esse bocado fica com as minhas impressões digitais e aquilo já é nosso.
O post é grande, com mais texto que o costume, mas isto é tão próximo de mim que não consigo ser sumária. A maior parte dos meus retratos favoritos é a p&b, a cor por vezes distrai e o clássico do p&b (sempre da máquina e não de edição, mas não sou moralista nisso) é meio nostálgico e isso combina comigo.
No dia em que eu gostar mais de alguém do que fotografar, vão chover cães e gatos.
e porque eu sou péssima a expressar-me como deve de ser em texto, fica aqui umas quotes de gente que adoro e admiro.


  • “It is more important to click with people than to click the shutter.”Alfred Eisenstaedt1898 – 1995
  • “A photograph is a secret about a secret. The more it tells you the less you know.”Diane Arbus1923 – 1971
  • “I like to photograph anyone before they know what their best angles are.”Ellen Von Unwerth1954(esta, opá da-me um gozo enorme quando o alguém se sente mais à vontade com a máquina comigo. préemio)
  • “The whole point of taking pictures is so that you don’t have to explain things with words.”Elliott Erwitt,1928 ( Isto, isto é aquilo que me consola quando sou uma idiota a tentar escrever o que quero e não consigo.)
  • “If a photographer cares about the people before the lens and is compassionate, much is given. It is the photographer, not the camera, that is the instrument.”Eve Arnold, 1912 – 2012
  • “It’s one thing to make a picture of what a person looks like, it’s another thing to make a portrait of who they are.” Paul Caponigro, 1932
  • “All photographs are memento mori. To take a photograph is to participate in another person’s (or thing’s) mortality, vulnerability, mutability. Precisely by slicing out this moment and freezing it, all photographs testify to time’s relentless melt.” “To photograph people is to violate them, by seeing them as they never see themselves, by having knowledge of them that they can never have; it turns people into objects that can be symbolically possessed. Just as a camera is a sublimation of the gun, to photograph someone is a subliminal murder - a soft murder, appropriate to a sad, frightened time.” Susan SontagOn Photography

















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não é um auto retrato, selfie, nem me lembro quem ma tirou (aposto na rita) mas é uma das fotos que mais me vejo eu ultimamente, cansada, olheiras, despenteada e com  as unhas por pintar, mas tá fixe.



Não posso deixar de acabar isto com um grande obrigado a quem fielmente me acompanha e me dá o feedback das fotos, enchem-me o coração. A Maria do Silver Lining chamou-me tenaz, algo que eu nunca me vi mas hey, algum sentido deve fazer!

3 de abril de 2015

365 Março

A minha irmã


Reparem na saia branca da mulher










No último post têm o resto das fotos desta série



Damn que correria de mês que mais pareceu dois meses. Por curiosidade (e porque o discurso sobre este mês parecia familiar) fui ver o março do ano passado e por coincidência este mês também estive doente e comecei um projecto novo. As fotografias melhoraram significativamente mas mau era se fosse o contrário. Não vi nenhum filme como deve de ser, mas voltei a ler como já não fazia há algum tempo.
Cada vez mais fico contente com ter começo o 365 o ano passado e tê-lo mantido até agora, tem-me servido de máquina do tempo e isso é impagável.